quarta-feira, 15 de junho de 2011

A educação no modo de produção feudal

Pintura mais 'comum' do feudalismo
"Entre as ruínas do mundo antigo, eles [colonos] foram o primeiro indício do novo regime econômico que começava a se estabelecer." (Ponce, capítulo IV).



Muitos atribuem essa mudança relacionando com o poder da Igreja Católica. Porém, para Ponce e segundo Marx, uma superestrutura (religião, por exemplo) não tem o poder de modificar uma infraestrutura (o modo de produção). Porém não se pode negar o poder da Igreja nesse período, já que o clero era a classe social dominante.
O modo de produção feudal era agrícola. Servos e vilões cuidavam das terras dos senhores feudais.






Cavaleiro e construção medieval (castelo)


 Os senhores feudais, nobres (bellatores), tinham a função de cavaleiros: saquear as riquezas de seus vizinhos nobres, e protegerem as SUAS riquezas. Daí a imagem de fortalezas que tinham as contruções medievais.

Na Idade Média, o simbolo de poder era a QUANTIDADE DE TERRAS que se possuía. Os servos (laboratores) trocavam seu trabalho (já que não tinham terras) por PROTEÇÃO e por parte de sua própria PRODUÇÃO.








A hierarquia do clero (oradores), nessa época, era a hierarquia social, já que a Igreja Católica tinha absoluto poder, no início do feudalismo.

A Sociedade do feudalismo era ESTAMENTAL.


EDUCAÇÃO:
Tendo a Igreja controle sobre a educação, como sobre a sociedade, as escolas estavam também sob seu comando.

Haviam as ESCOLAS MONÁSTICAS, drentro da Igreja, para quem desejava se tornar membro do clero (Escolas para oblatas) e para a instrução da plebe. Como escola para a plebe, tinha a finalidade de "familiar as massas campesinas com as doutrinas cristãs e, as mesmo tempo, mantê-las dóceis e conformadas" (Ponce, capítulo IV, pp. 91).
No início, os mais "ricos" que desejavam que seus filhos tivessem uma educação intelectual, os colocavam nas escolas monásticas para se formarem padres.

Até nos monastérios havia divisão de classes (hierarquia) tendo dentro deles os hommes de peine, trabalhadores braçais de dentro do clero (geralmente analfabetos - BAIXO CLERO). Os integrantes mais ricos do clero, pertenciam ao ALTO CLERO.



Através do tempo, as escolas foram se adaptando aos interesses dos NOBRES. Foram criadas escolas monásticas externas ao convento, para jovens que pretendiam ter uma formação intelectual, mas não se tornar membro do clero. Nessas escolas do clero secular, aprendia-se, por exemplo, teologia.

Santo Agostinho
Foram nas escolas monásticas, nas ESCOLÁSTICAS, que a PEDAGOGIA DA ESSÊNCIA ganhou força.  Semelhante a filosofia de Platão, também pregava que existiam dois mundos: o efêmero (temporal, onde viemos) e o espiritual. A diferença é que no cristianismo, o objetivo é "desligar' o homem da realidade material e ligá-lo a espiritual. Um representante desse neoplatonismo é SANTO AGOSTINHO.
 










São Tomás de Aquino


 Outro filósofo da pedagogia da Essência foi SÃO TOMÁS DE AQUINO, que seguiu a linha de pensamento de Aristóteles, de que o homem tem um potencial, e deve ser moldado em direção à sua essência. Percebe-se aí que esses filósofos têm uma "ponta" de pedagogia da Existência, pois considera o homem material, de certa forma.













Surgiram as ESCOLAS CATEDRÁTICAS, também sob domínio da Igreja, para acompanhar a necessidade dos comerciantes em ascendência, que necessitavam de um ensino mais técnico (matemática, geografia) que filosófico (ensinos ministrados do trivium, quadrivium, retórica).
Nessa época surgiram as Universidades (Universitas) e as  Corporações de Ofício (Clique para assistir ao vídeo).


Dentro das universidades, era possível "cultivar o saber". "No início, as Universidades nãs passavam de reuniões de homens que se propuseram ao cultivo das ciências" (Ponce, Capítulo IV, pp. 100). Dentro dessas corporações de COMERCIANTES, nasceu uma hierarquia tanto nos ofícios de trabalhos práticos: APRENDIZ -> OFICIAL -> MESTRE
quanto nos ensinamentos das artes liberais: LICENCIADO -> BACHAREL -> DOUTOR.



A Igreja, no contexto geral, já estava perdendo seu poder, já que o MODO DE PRODUÇÃO começava a se alterar de agrícola (com poder = maior quantidade de terras) para COMERCIAL. Os artesãos, com as corporações, aumentavam as vendas de seus produtos.
Surgiram escolas primárias para a pequena burguesia. Também o ensino da língua nacional, e não do latim. Até nas escolas primárias, portanto, se percebia a TRANSIÇÃO do poder, no exemplo da educação, da IGREJA para os COMERCIANTES. Substituindo os FEUDOS, nasciam os BURGOS (cidades que eram centro de comércio).



"A catedral gótica, a escolástica e a universidade não corrrespondem (...) ao período que a Igreja alcança o seu máximo esplendor, mas sim ao período da sua história em que ela começa a pactuar com as potências rivais" (Ponce, capítulo IV, pp. 107).

Pelo mesmo motivo, os nobres procuravam uma educação técnica: unir-se aos comerciantes ascendentes e não perder o comando da sociedade.

























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